segunda-feira, 15 de junho de 2009

.Last NighT.

No silêncio de depois, você mergulha a face em meus ombros e eu te embalo nos meus frágeis braços. Sentir sua respiração, decorar as curvas do seu rosto, cada sinal, compreender cada silêncio, te acariciar e ver o canto dos seus lábios sorrir, então o meu também sorrir, enquanto meu corpo chora sabendo das saudades que vai sentir. Imaginando os dias em que, de repente, tropeçara com qualquer memória boa e boba e sentirá como se você estivesse ali, e num surto ou no esbarrão de alguém no meio da rua, abaixarei a cabeça para que não vejam ou desconfiem o quanto minha capacidade de amor foi destroçada. Deveria ser proibido as pessoas se encontrarem e, por algum motivo, não poderem se perder uma na outra. O que sobra, é perder-se em si mesmo, e nas raras vezes em que se avistarem, olharem com a certeza de que pode ser a última vez, porque um dia vai.

E foi assim, ainda nos meus braços, você conseguia me comover, era como abraçar a própria loucura e ter medo mesmo é do normal, embora não tivesse preparo algum para esse tipo de partida. Estouramos nossa bolha, enquanto andávamos, ainda continuava a pensar porque raios temos que partir duramente, era duro saber que a cada passo dado estaria me levando pra longe do que eu, por algum tempo, andei chamando de amor. O tempo estava acabando, e como se fosse um jogo qualquer, foi embora, te olhei até que virasse a rua, você não olhou pra trás. Mais tarde o telefone de alguém tocou, era você. E o que nos resta, agora, são as estradas.

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